25 de março de 2012

UM MACHO, PARA DUAS FÊMEAS

Já referi algures neste espaço a existência de algumas técnicas de acasalamento de canários que quase todos o amantes deste hobby, sobre tudo os mais experientes, conhecem e praticam com maior ou menor êxito.

Hoje abordo uma forma de criação de canários que consiste só em utilizar um macho para duas fêmeas. Não sou adepto deste método, apesar de pontualmente o utilizar, exceto se o objetivo for apurar uma  linhagem em que temos excelentes reprodutores e pretendemos trabalhar os descendentes para homogeneizar uma determinada linhagem, aliás a famosa Tabela de Felch serve para isso mesmo.

Tenho recebido alguns pedidos de "ajuda" de criadores iniciados na criação de canários que pretendem pelos motivos mais díspares acasalar um só canário para duas canárias mas depois surge a dificuldade em saber quando o devem meter novamente às canárias pois estas ainda alimentado os filhotes começam nova postura sem que os ovos estejam galados. 

Penso que o que vou dizer é conhecido por mais de 90% dos criadores mas o objetivo é partilhar com os colegas sem experiência algum do conhecimento que tenho adquirido ao longo dos anos e assim de uma só penada responder a todos os que fazem o favor de confiar nos meus conselhos.

O método é de fácil realização e vou mencionar várias formas, as que conheço, de proceder ao acasalamento, qualquer uma delas válida, começando exatamente pela chega dos machos às fêmeas:

 Método Um - Juntar o macho com a primeira canária e deixá-lo estar junto até ao fim da postura. Depois de três ou quatro dias de descanso e devendo-se ter o cuidado de dar um bom poli-vitaminico  ao canário junta-se este à segunda fêmea até esta terminar a postura. Quando a fêmea tiver acabado a postura é de todo conveniente que o canário seja colocado numa gaiola individual onde novamente se deve dar um poli-vitaminico e recuperará forças para ser chegado outra vez à primeira fêmea e dar-se assim inicio a nova postura.

Método Dois - Juntar o macho alternadamente, dia sim dia não, com as duas fêmeas com que pretendemos que ele acasale. Neste caso o macho deve ser metido às fêmeas preferencialmente ao fim do dia. Quando as fêmeas caírem no choco deve o macho ser colocado em uma gaiola individual, procedendo-se à sua recuperação ministrando-lhe um poli-vitaminico.

Método Três - Colocar o canário da parte da manhã na primeira fêmea e da parte da tarde à segunda fêmea até ao fim das posturas e depois colocá-lo numa gaiola individual, dando-lhe um poli-vitaminico, onde recuperará forças para ser de novo utilizado quando as fêmeas estiverem novamente recetivas.

Método Quatro - O canário está sempre com a mesma fêmea e todos os dias o colocamos uns minutos com a segunda fêmea retirando-o depois de verificarmos que ele a galou. Esta operação deve ser repetida até ao fim da postura da segunda fêmea, mantendo-se depois o canário com a primeira fêmea.

Filhote de uma das minhas canárias suplentes gerado/criado através da utilização do Método Quatro.


Há quem, utilizando os métodos Um, Dois e Três, opte por deixar o canário com a última fêmea mas, pessoalmente, penso que em determinadas situações isso não é benéfico pois quando a primeira fêmea estiver novamente apta a por pode acontecer que a segunda fêmea com quem o canário estava abandone o choco.

Na utilização de qualquer um dos referidos métodos, aos criadores iniciados, surge sempre uma questão de primordial importância, a saber: Estando as duas fêmeas no choco vai haver uma altura em que uma delas estará, obviamente, mais adiantada na criação dos filhotes (dificilmente as duas criarão na mesma altura) e assim sendo quando lhe chegar de novo o macho?

Para a questão atrás levantada é conveniente que o criador novato também tenha alguma sensibilidade e se aperceba que a fêmea está a ter "novos calores" e isso nota-se quando, às vezes com crias ainda no ninho, começa a andar com palhas e penas no bico denotando vontade de fazer novo ninho por vezes tentando expulsar os filhotes do ninho. Para além disso e na incerteza  da altura ideal para chegar de novo o macho à fêmea é fazê-lo quando os filhotes começa a esboçar o primeiro bater de asas na borda do ninho que geralmente ocorre entre o 17.º e o 20º dia de vida. Nessa altura, para mim, o melhor método é chegar o macho à fêmea uns minutos todos os dias e retirá-lo depois de o vermos galar.

É de todo em todo conveniente vigiarmos o macho quando o chegamos à fêmea e esta está com os filhotes pois não é raro acontecer que o macho veja nos filhotes potenciais rivais e os ataque.

Se se verificar que a fêmea se encontra impaciente para fazer nova postura e tem crias que ainda se acomodam no ninho, deve-se providenciar um novo ninho ao lado do outro e material para que a fêmea o construa e realize nova postura. Nesta situação nem sempre conseguimos evitar que a fêmea vá "pedindo emprestada", alguma da penugem dos pequenotes.

21 de março de 2012

ARLEQUINS 2012 (Casal n.º 8)


Cá estou, novamente, desta feita para partilhar apenas um filhote que se me afigura bonito mas sem qualquer variegado. O filhote em questão tem vinte dias e, possívelmente com medo da crise, ainda não sai do ninho tendo-o visto hoje pela primeira na borda do mesmo a exercitar as asas.

Esta cria é filha de pais variegados cuja foto também partilho, e mais uma vez fica provado que mesmo acasalando sempre aves com um padrão variegado não é seguro que se tire crias totalmente equilibradas em termos de variegado. Neste caso a cria é quase totalmente lipocrómica excetuando a poupa mas em breve postarei fotos da segunda postura de um casal em que ambos são predominantemente melânicos que me presentearam com dois filhotes com predominância melânica e nesta segunda postura têm três crias que em principio serão de predominância lipocrómica.

Penso, e esta é a minha opinião pessoal, que por mais equilibrado que o casal seja em termos de variegado iremos ter sempre crias que nos sairão demasiado lipocrómicas ou demasiado melânicas; contudo, e também tenho reparado nesse pormenor, acasalando aves com um variegado próximo dos 50% melânico x 50% lipocrómico a percentagem de aves uni ou bi-color diminui mas é rara a ninhada em que não aparece uma ou duas dessas aves.




11 de março de 2012

CONTINGÊNCIAS...

Todos os criadores de canários, e não só, passam por situações análogas às que vou mais abaixo relatar mas não é muito comum acontecer tudo, por coincidência, no mesmo dia.

Um dia desta semana que finda, salvo erro sexta feira, andava entretido a tratar da passarada quando me apercebi ser dia de verificação de ovos de alguns casais.

Com a expetativa habitual fui verificar os ovos do primeiro casal que tinha posto cinco ovos; afasto a fêmea do ninho e... só tinha um ovo. E goro! Creio que o macho se lembrou que devia andar fraquito da ninhada anterior e lembrou-se de tomar uma gemada.

Vou ver os ovos do segundo casal cuja fêmea só dá três ovos por postura e... um ovo goro, dois ovos cheios mas destes um estava partido.

Terceiro casal com uma postura de cinco ovos todos... vazios; claro que já pus o macho no "ginásio" pois mesmo só com alpista está mais gordito do que eu.

Por fim e para terminar em beleza uma fêmea, por sinal das que tenho como suplentes, que estava entretida com o único ovo que pusera, nem sei se estaria galado apesar de lhe ter chegado um macho, lembrou-se de abandonar o ninho ao terceiro dia de choco.

Como são situações decorrentes de quem se dedica à criação de aves não há que desanimar até porque por norma são mais as alegrias que os desaires e, assim, para terminar despeço-me, por agora, partilhando com todos os visitantes e seguidores deste espaço a foto de mais um pequenote, que em breve separarei dos pais.



6 de março de 2012

ARLEQUINS 2012 (Casal n.º 9)


Partilho, hoje, o meu casal n.º 9 (fêmea poupa e macho par) e alguns filhotes do mesmo cuja separação ocorrerá por meados da próxima semana.

Este casal nesta primeira postura presenteou-me com cinco filhotes (pôs 6 ovos mas o último não teve força para sair) sendo 4 poupa e um par. Em termos de cor saíram dois com predominância lipocrómica, saíram à mãe, um predominantemente melânico e dois variegados; o tempo dirá se se confirmará o variegado já que quanto à posição existem 4 que não me deixam quaisquer dúvidas de que virão ser bastante bons, quanto ao corpo e tamanho se saírem, como espero, aos pais fico bastante satisfeito.








1 de março de 2012

ARLEQUINS 2012 (Casal n.º 13)


Prosseguindo a divulgação de alguns dos meus casais, partilho hoje foto do casal n.º 13 com a respetiva prole, ainda no ninho.

Ambos os reprodutores são nascidos no meu canaril sendo o arlequim par, a fêmea (de 2010), filha de um casal de arlequins variegados e o macho, poupa (de 2011), filho de uma fêmea arlequim variegada e de um macho com predominância lipocrómica.

Ainda é cedo para fazer contas mas dos quatro filhotes da primeira postura deste casal há dois predominantemente melânicos, um equilibradamente variegado e outro variegado com predominância melânica, como todos sabemos e isto é um dos aliciantes de se criar arlequins há aves que nos parecem vir a ser muito bons que depois não o são e outras para as quais olhamos enviezadamente venham a revelar-se ótimos exemplares independentemente da comprovada qualidade dos reprodutores.

Resta, para já, aguardar pela fase posterior à muda para aquilatar da qualidade dos filhotes.