6 de janeiro de 2011

ANTIBIÓTICOS COMO PREVENTIVOS! SIM OU NÃO!?

Este ano tinha decidido aplicar a auto-vacina aos meus canários mas depois de conversar com vários criadores e sem chegar a nenhuma conclusão sobre se devia ou não dar a auto-vacina acabei por desistir pois uns eram favoráveis e outros desfavoráveis. Acontece exactamente a mesma discordância quando se fala que na preparação das aves se usam antibióticos como preventivos, uns defendem-nos acaloradamente outros estão liminarmente contra. Pessoalmente acho que não se devem dar antibióticos quando as aves se encontram em perfeitas condições de saúde. Não faz sentido. É quase como nós ser humanos tomarmos um antibiótico, por exemplo; para as dores de dentes sem que tenhamos algum problema dentário.

Como em equipa vencedora não se mexe vou utilizar, este ano, o mesmo método do ano anterior.

Um dos princípios que tento sempre manter é utilizar, sempre que possível, os produtos da mesma marca e/ou laboratório pois diz-me a experiência que um determinado produto pode não funcionar eficazmente sem outro da mesma marca e/ou laboratório. Procuro também fornecer aos meus canários produtos o mais naturais possíveis.

Ultimamente, e passe a publicidade, como estou utilizando os produtos da Zoopan, lembrei-me de lhes escrever no sentido de me esclarecerem sobre esta questão dos antibióticos, com que todos os anos os criadores se debatem remetendo-lhes no passado dia 11 de Dezembro o e-mail que de seguida transcrevo:

Exm.ºs Senhores;


Pelo presente e como utilizador dos produtos Zoopan nos meus canários venho solicitar-vos o favor de me indicarem concretamente quais os produtos Zoopan utilizados na canaricultura que não são antibióticos, este pedido tem a ver com o facto de não fazer sentido a administração de um antibiótico numa ave sem sintomas de doença apenas como preventivo. Passe o exagero da comparação é como um humano tomar um remédio para uma dor de dentes sem a ter.


Pretendo proceder à desparatização interna dos meus canários e o produto da Zoopan que me parece ser o mais eficaz é o Vermizoo no entanto e como não tenho qualquer formação na área da medicina e/ou veterinária não faço a menor ideia se o produto que refiro é ou não um antibiótico.


No ano transacto já utilizei a gama de produtos da Zoopan pelo que agradeço se me indicarem então quais os, vossos produtos, que não são antibióticos para o fim em vista; desparatização interna.


No meu blogue referi o ano passado o esquema que utilizei para a preparação e criação que podem ver na secção Etiquetas, no ítem Alimentação e Afins, localizado no lado direito do blogue


Desde já grato, sou,


Armindo Tavares.



Em resposta ao meu e-mail chegada em 5 de Janeiro de 2011, e que devidamente autorizado transcrevo, diz o Exmo. Snr. Mário Miraldo, do Zoopan, o seguinte:

"… Por motivos de força maior não me foi possível responder às suas questões em tempo útil oportuno.

Não é para nós normal dar uma resposta tão tardia a este tipo de questões e, por isso apresento as minhas desculpas.


Espero que a dedicação que tem dado aos nossos produtos não seja afectada por esta demora, o que seria pena pois deixaria de utilizar produtos com garantia máxima de qualidade.


Indo ás suas perguntas:


Quanto aos nossos produtos que são à base de antibióticos, poderá encontrá-los no ficheiro anexado (Ornitofilia Brochura técnica + Produtos) na pagina 6ª ou antepenúltima em PRODUTOS DE USO VETERINÁRIOS-ZOOPAN. Dos produtos aí encontrados todos são à base de antibióticos (curativos de doenças infecciosas provocadas por bactérias) e anti-protozoários (e curativos à infestações/infecções provocadas por coccidias, tricomonas, histomonas, balantídios, etc.). De todos os produtos da referida página apenas dois não contém antibióticos e estes são o VERMIZOO que é um desparasitante interno (parasitas do intestino, estômago e pulmões) e o BRONCÓLIS que actua como broncodilatador, fluidificante da expectoração e anticéptico das vias respiratórias. Portanto, como poderá verificar, os produtos que contêm antibióticos são os seguintes anti-infecciosos e anti- protozoários: MICORESP, COCCIMIR, ENROXINA, SALMOCÓLI, SULFAPRIME, TYLFUR e TRICOBACTER.


"… este pedido tem a ver com o facto de não fazer sentido a administração de um antibiótico numa ave sem sintomas de doença apenas como preventivo. Passe o exagero da comparação é como um humano tomar um remédio para uma dor de dentes sem a ter…". Esta é uma frase sua absolutamente correcta. A utilização de produtos preventivos de enfermidades só poderão ter algum sentido nos seguintes casos:


A) - Quando não se tem a possibilidade de fazer uma quarentena completa, isto é, manter isoladas todas as novas aves que se adquiriram no exterior e se pretende introduzir no aviário. Numa quarentena, o tempo de isolamento mais adequado é, como o nome subentende, de cerca de quarenta dias pois há doenças que se podem rebelar até esse período. Só quando o tempo de isolamento (quarentena), não é utilizado correctamente pelos ornitófilos (raramente usam o tempo recomendado) é que será necessário fazer um "varrimento" ou limpeza preventiva, prática seguida por vários ornitófilos, que consiste , básicamente , na administração (com doses terapêuticas) de um produto de largo espectro de acção para as infecções respiratórias (Micorresp ou Enroxina), um produtos de largo espectro de acção contra os protozoários (Coccimir ou Sulfaprime e ou Tricobacter ) e um produto de largo expectro de acção contra os vermes intestinais, estômago, traqueia e pulmões (Vérmizoo).


B) - Quando o ornitófilo leva as aves para exposições, uma vez que a exposição é sempre uma situação de forte stress para as aves (manipulação, transporte, barulhos, agitação ambiental e alta concentração bacteriana) que, se não estiverem com as defesas orgânicas devidamente habilitadas ficam afectadas por bactérias que provocam doênças que se vão revelar dias após regressarem ao aviário e contaminar todo o bando residente. Nenhum ornitófilo gosta de ser surpreendido com todo o aviário afectado com uma doênça infecciosa quando sabe que pode fazer a prevenção tratando as aves que estiveram na exposição antes de as juntar ao aviário.


Esquema de tratamento utilizado e indicado no seu blogue (dou-lhe os parabéns e desejo-lhe sucesso cada vez maior). Está dentro do que nós recomendamos. Terá melhores resultados se utilizar muito mais vezes o BIO-SAC (na papa) ou BIO-SAC WS (na água) pois, além de reforçar as defesas do organismo contra as infecções bacterianas, vão manter sempre em estado óptimo o eco-sistema digestivo que é muito importante para uma correcta absorção de todos os nutrientes vitais. Há ornitófilos que dão o Bio-sac práticamente todos os dias, com óptimos resultados…"


E pronto, amigos, através desta resposta fica um pouco desmistificada a questão de se dar ou não dar antibióticos às nossas aves na altura em que as começamos a preparar para a época reprodutiva. Como digo no inicio do texto em equipa ganhadora não se mexe pelo que cada criador deverá tirar as ilações que quiser desta prosa que publico a titulo meramente informativo.