2 de junho de 2013

É DO "CARAÇAS" !!!

Não tenho tido muito tempo para, com a regularidade habitual, vir dando umas novas sobre os meus passarinhos -mesmo agora que escrevo este texto nem oportunidade tive de bater uma ou duas fotos- contudo, esta semana, aconteceu uma situação que poucas vezes lembra ao diabo!

Em certas ocasiões as peripécias que um criador vive durante uma época de criação dava para fazer um pequeno documentário; esta época como oportunamente já referi não me tem corrido de feição mas, mesmo assim, neste momento não me posso queixar muito pois há a quem tenha corrido pior. 

Imaginem esta situação, real, passada com um dos casais que tenho em casa de meu Pai e que se encontra ainda a decorrer; vocês têm um casal de passarinhos de segunda linha que guardam para eventuais "falhas de reprodutores" na criação e, entretanto, decidem acasalar as aves uma vez que não há perdas revelando-se esse casal excelente ao verificarmos que nas suas ninhadas todas, repito todas, as aves nascidas são equilibradamente variegadas as expectativas de como irão ser esses passarinhos aumentam, mas... é do caraças!!!

Primeira postura/primeira desilusão - Quatro ovos postos, três cheios e um goro, nascem só dois canarinhos que ao sexto dia são anilhados verificando-se já os canudos das penas com as marcações das zonas melânicas e lipocrómicas bem acentuadas. Como disse o outro "porreiro, pá"! 

O inesperado mas algumas vezes frequentes acontece, no dia seguinte ao anilhamento os dois filhotes estão mortos no fundo da gaiola, a fêmea no seu afã de manter o ninho limpo pegou nas anilhas (que estavam tapadas com fita adesiva) e atirou-as para fora do ninho trazendo junto os respetivos filhotes. Bom tem que se recomeçar tudo de novo!

Segunda postura/dá vontade de tirar o "sarampo" à fêmea - Quatro ovos postos, quatro cheios, quatro passarinhos nascidos, mira-se atentamente aqueles pequenos seres que parecem seguir a peugada dos anteriores em termos de variegado. Dado que o excesso de zelo da fêmea na primeira postura levou à morte das duas crias estes quatro recém nascidos são anilhados já no limite de tempo (novamente com anilhas tapadas com adesivo), ao sétimo dia de vida, de novo se constatando que estão ali quatro passarinhos totalmente variegados. No dia seguinte a meio da manhã temos as quatro crias no chão da gaiola; duas com a anilha na pata mas com a respetiva pata partida e as outras duas sem as anilhas mas com as patitas sãs. Colocam-se as quatro crias novamente no ninho as feridas com a delicadeza possível e as outras duas novamente com a anilha. Durante o dia e com atenção redobrada foi-se vigiando a gaiola e por três vezes se teve de colocar os filhotes no ninho até que anoiteceu.

Logo na manhãzinha do terceiro dia após as aves terem sido anilhadas a primeira coisa que se fez foi ir ver o chão da gaiola e, novamente, as quatro crias jaziam no fundo as duas primeiras já com a fratura das patas com sangue e as outras duas com as patas partidas. Confesso que quando o meu Pai me telefonou a vontade era ir lá a casa e apertar o papo à fêmea mas só isso porque até à data nunca matei um canário. Lá disse ao meu Pai para por os passaritos no ninho e sempre que algum fosse colocado fora do ninho que o metesse de novo no mesmo.

Talvez porque as crias estão mais pesadas a fêmea deixou de as puxar para fora do ninho e tanto o meu Pai como eu não temos vontade nenhuma de ver o estado dos passarinhos, que estão todos vivos, pois vemos as cabecitas a erguerem-se para serem alimentados quer pela fêmea quer pelo macho.

Se algum companheiro já teve aves que agiram assim e teve solução para o caso (sem ser colocar os ovos debaixo de outro casal) agradeço que se manifeste nos comentários deste post a fim de todos termos acesso pois nunca passei por uma situação como a que acabei de contar.

2 comentários:

  1. Amigo, essa situação por acaso nunca tive, mas este ano tenho uma situação algo rara (digo eu), pois é a 1ª vez que tal me aconteceu, passa acitar ".. três ovos só nasceu um passarito, como tal quando ao sétimo dia o fui anilhar retirei os dois ovos, qual é o meu espanto que lá para o décimo dia, vejo que o passarito está a fazer a espargata, tem as pernas uma para cada lado, com a ajuda da minha esposa lá conseguimos juntar as patitas e colocar um tubo em cada perna colar com fita cola, ams como o tubo tem para aí cerca de 5mm, todos os dias tenhoq ue fazer a mesma operação, e hoje verifiquei que a patita esquerda está mais ou menos no lugar agora a direita voltou á mesma posição, se já teve uma situação destas , diga-me como fez.
    saudações ornitológicas
    já visitou o blog do clube ornitológico de Castro Verde?

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  2. Olá,
    Felizmente não tive nenhuma situação como a que refere e por isso não o sei ajudar, geralmente as aves que ficam assim não costumam safar-se quando têm de se tornar independentes dos pais. Habitualmente deve-se deixar só um ovo quando nasce apenas um passarinho para evitar que a fêmea assente em cima do filhote. Dois ovos (já me aconteceu) podem levar à morte da cria por ficar entalada entre os dois. Relativamente ao que conta inquilino-me para o facto da cria na ânsia de pedir comer ter ficado apoiada nos dois ovos que estavam no ninho e ao fêmea ao sentar-se continuadamente em cima originou que as patas ficassem demasiado abertas. Penso que talvez não fosse má ideia tentar manter as patas da cria ligadas entre si (não unidas) com fita cola durante 5 ou 6 dias a ver de vão ao sitio.
    Não conhecia o blogue do Clube Ornitológico de Castro Verde, estive a visitá-lo agora e desde já vos desejo o maior êxito pois é um Clube ainda muito "bébé"!
    Saudações ornitófilas.
    Armindo Tavares

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